A capela de Santa Rita do Rio de Janeiro foi fundada na primeira década do século XVIII, por iniciativa do Bispo D. Francisco de São Jerônimo (1638-1721). Em 1721, já possuía capela-mor construída, alicerce do corpo de nave única, ornamentos e alfaias. Elevada a matriz em 1751, foi confirmada por dois alvarás de 1753. Nessa época, a igreja recebeu também os cinco retábulos que possui até hoje, sendo um dos primeiros templos brasileiros a apresentar talha rococó, até então uma novidade estilística, que substituiu o barroco ao longo da segunda metade dos setecentos. O pórtico possui portada única e duas janelas no coro, configurando os vãos em V, observados por John Bury como característicos nas fenestras das mais antigas igrejas coloniais. No mesmo tempo de elevação a matriz, foi colocado o frontão recortado, com volutas e angras, encimado por cornija e empenas sinuosas, de onde sobressai uma cruz na parte superior. O óculo, também recortado em linhas sinuosas, provoca uma curva reversa na cimalha abaixo de si. A portada principal foi substituída por uma neoclássica no século XIX, com arco pleno e sobreverga com entablamento, composto por tríglifo e métopa no friso e cornija reta no arremate superior. A torre única, ao lado esquerdo da fachada, possui porta com arco abatido e sobreverga no térreo, pequena janela de seção retangular na altura no coro, relógio na altura do frontão e dois campanários (em arco pleno) na parte superior com arremate bulboso. A Igreja de Santa Rita, embora tenha passado por várias obras de conservação como a ocorrida em 1870, manteve suas linhas arquitetônicas preservadas. A sede da paróquia da referida Santa, situada no Largo de mesmo nome no Centro do Rio de Janeiro, é a terceira matriz mais antiga da cidade e foi o primeiro edifício com talhas rococós da América, sendo o primeiro templo dedicado à Santa fora da Itália. Possui ainda atualmente o único conjunto carioca de talhas completamente preservadas que permite a realização de um estudo sistemático desse estilo, e seu tombamento data de 1938. O culto a Santa Rita de Cássia no Rio de Janeiro foi iniciado pela devoção de Manuel Nascentes Pinto e sua esposa Dona Antônia Maria, portugueses estabelecidos nesta Província desde 1697. D. Manuel, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, trouxera consigo de Portugal uma pintura a óleo de autoria desconhecida retratando Santa Rita de Cássia. A devoção familiar logo se estendeu à vizinhança, e o casal decidiu erigir uma ermida em homenagem à santa. Mais tarde, por volta de 1710, D. Manuel encomendou uma imagem em Portugal que foi entronizada em um altar na Igreja da Candelária até que se construísse uma capela condigna para recebê-la. Tanto a pintura quanto a imagem se encontram ainda hoje na sacristia da Igreja. Em 1721 foram cedidos o terreno, a ermida e uma dotação de ornamentos e alfaias à Irmandade de Santa Rita, recém-fundada pelos Nascentes Pinto. A criação da freguesia, desmembrando-a da circunscrição de Nossa Senhora da Candelária, foi efetivada em 1751 ao mesmo tempo que a Freguesia de São José, com a decisão do bispado do Rio de Janeiro de elevar para quatro o número de paróquias da cidade. Em 1753 era instituída a Irmandade do Santíssimo Sacramento, que passou a dividir com a de Santa Rita a propriedade da igreja, tornando possível uma série de obras para dar ao templo uma aparência mais moderna. quando já se concluíam suas obras de construção. Nessa época, a igreja recebeu ainda os cinco retábulos que possui até hoje, sendo uma das primeiras igrejas brasileiras a apresentar talha rococó, até então uma novidade estilística, que substituiu o barroco ao longo da segunda metade dos setecentos.